Arquitetura Bioclimática do Espaço Público - Marta Adriana

Livro: Arquitetura Bioclimática do Espaço Público
Autora: Marta Adriana Bustos Romero
Editora: Universidade de Brasília
Edição:
Ano: 2015

[Pág. 9] "A excessiva cobertura do solo, a concentração de gases contaminantes, o aumento da temperatura em razão da redução da difusão do calor e dos menores índices de evaporação afetam a saúde física e mental da população."

[Pág. 11] "a forma do invólucro dos edifícios que rodeiam o espaço público também é fundamental, uma vez que as reverberações, a absorção e a reflexão dependerão, em grande medida, destas."

[Pág. 19] "A influência da arquitetura solar [...] é também uma reação a inadequação térmica da arquitetura moderna."
"...representantes da arquitetura solarizada, [...] os arquitetos Richard Crowther, Emílio Ambasz, Alan Chimacoff, Arthur Moore; da arquitetura bioclimática, os arquitetos Marc Vaye, Fréderic Nicolas, Donald Watson, David Wright, Steve Baer; da arquitetura autônoma, os arquitetos James Sanford, Richard Travers, Kirmo Mikkola."

[Pág. 20] "No nível de realizações, os trabalhos de Anderson (1976), Crowther (1977), Steadman (1978) propõe soluções arquitetônicas adequadas ao lugar e relativamente independentes de fontes de energia esgotáveis."
"...diversos estudos referentes ao clima urbano e aos efeitos da urbanização no ambiente atmosférico, revisados exaustivamente por Villas Boas (1983). O autor destaca em suas descrições os trabalhos de Lowry, sobre a atmosfera urbana, e os de McHarg, sobre a importância das áreas verdes."

[Pág. 21] "Johan Van Legen [...]. Toda sua obra busca estabelecer uma ponte entreo saber erudito dos profissionais da construção e o saber popular transmitido de geração em geração."

[Pág. 25] "Em 1977, Marc Vaye e Nicolas diziam que não existe uma arquitetura vernácula anticlimática."

[Pág. 25-26] "Para Serra (1989), arquitetura bioclimática é aquela que otimiza, no seu próprio desenho arquitetônico, suas relações energéticas com o entorno e o meio ambiente. Aproveita o sol no inverno e evita-o no verão, utiliza os benefícios da ventilação para combater a umidade e para extrair o ar quente, vale-se do isolamento para reduzir as trocas térmicas com o exterior, especialmente as perdas de calor em épocas frias. Nessa arquitetura, as superfícies envidraçadas orientam-se em direção ao sol de inverno e nas horas de escuridão fecham-se com proteções noturnas especiais para reduzir as perdas de calor. Em outras orientações, as fachadas e a forma do edifício buscam uma adequação maior em relação ao frio e ao vento de inverno [...]. Ao mesmo tempo, todo o edifício faz-se mais pesado para amortecer as oscilações da temperatura interna e também adaptar-se às características do entorno, relevo, vegetação, etc., utilizando todos esses elementos sem deixar de aproveitar ao máximo as vantagens da luz."

[Pág. 27] "a influência do lugar na arquitetura."
"a importância dos sucessos bioclimáticos da arquitetura do passado [vem com a influência do lugar na arquitetura], abrindo assim a possibilidade de incorporar esses conhecimentos a nossos próprios repertórios projetuais."
[Exemplos:]
"O abrigo oferecido pelo irregular traçado de bairro medieval em climas de extremos; a perfeita adaptação de um zoco ou de uma casbah ao clima do deserto; o nítido aproveitamento da energia solar dos povoados concentrados na ladeira sul de uma elevação qualquer; o perfeito funcionamento da casa pátio andaluza com sua planta baixa para o verão e a planta alta para o inverno; a transparência e a flexibilidade da casa japonesa que intenta captar a mínima brisa para amenizar o ambiente e suportar o calor úmido; as torres de vento do Irã, etc. constituem verdadeiros paradigmas."
"A exemplaridade das arquiteturas do passado fica centrada na quase perfeita adaptação ao meio ambiente, com recursos materiais e as técnicas construtivas consideradas como condicionantes, e não determinantes, da forma arquitetônica"
"A arquitetura baseada no desenho solar e as respostas bioclimáticas outorgam os elementos necessários para que se desenvolvam as expressões artísticas de um novo regionalismo. [...] A arquitetura chegaria a ser regional quando respondesse ao local com um desenho adequado."

[Pág. 28] "Nesse sentido, tanto "o edifício único para todas as nações e climas" de Le Corbusier como a casa solar como solução única para todos os problemas energéticos das nações desenvolvidas mostram-se insuficientes e inferiores à arquitetura vernácula."
"... a arquitetura bioclimática [...] é uma forma de desenho lógico que reconhece a persistência do existente, é culturalmente adequada ao lugar e aos materiais locais e utiliza a própria concepção arquitetônica como mediadora entre o homem e o meio."

[Pág. 29] "Embora a rua seja uma peça urbana fundamental -- um espaço onde tudo acontece --, a praça é, na atualidade, o único lugar propício à permanência e ao desenvolvimento de atividades sociais não consumistas."

[Pág. 29-30] "Desenhar espaços públicos não é dispor massas de edifícios ou suas fachadas, mas criar uma experiência de espaço envolvente, articulado entre si e apto para o uso comum a que se destina."

[Pág. 30] "Os espaços modernos ocupam mais do dobro da proporção da superfície ocupada pelos espaços tradicionais."

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